Programas de auditório e variedades que marcaram os anos 90 e 2000 no Brasil
Introdução
Se você cresceu entre os anos 90 e 2000, é bem possível que seus fins de semana tivessem trilha sonora de plateia gritando, quadros malucos, muita música e aquele misto de emoção + caos que só os programas de auditório sabiam entregar.
De Faustão a Gugu, passando por Pânico, Sabadaço e Planeta Xuxa, essas atrações definiram linguagem, bordões e jeitos de fazer TV — e seguem influenciando a cultura pop até hoje.
Abaixo, relembramos 10 programas icônicos, com curiosidades, o que eles viraram e onde estão seus apresentadores.
1. Domingão do Faustão (1989–2021)
O programa comandado por Fausto Silva virou um ritual sagrado dos domingos na TV Globo. Com um ritmo acelerado e cheio de bordões como “Ô loco, meu!” e “Errou!”, o Domingão misturava competição, entretenimento e emoção. Quadros como “Arquivo Confidencial”, “Se Vira nos 30” e “Dança dos Famosos” fizeram história, sempre acompanhados das clássicas Videocassetadas que encerravam a atração com gargalhadas — mesmo que fossem reprises.
Além disso, o programa marcou época com os grupos de bailarinas coreografadas, os musicais ao vivo, entrevistas com celebridades e, claro, os micos ao vivo que viravam assunto na segunda-feira. Faustão também ficou conhecido pelas camisas estampadas e pelas broncas ao vivo com a produção.
Depois de mais de três décadas no ar, Faustão deixou a Globo e estreou na Band com um novo programa diário, que não emplacou. Atualmente, está afastado da TV. O “Domingão” seguiu com Luciano Huck, em uma nova fase mais voltada a histórias inspiradoras e emocionais.

Revista Quem – O legado do Faustão
Confira as camisas de futebol dos anos 90
👉 Quer recriar a vibe do “Se Vira nos 30”? Dá pra brincar em casa com um microfone de karaokê no Mercado Livre.
2. Sabadão Sertanejo / Sabadão (1991–2002)
Nos anos 90, o sábado à noite no SBT tinha um tempero especial: o Sabadão Sertanejo, comandado por Gugu Liberato. O programa surgiu em 1991, em plena explosão da música sertaneja no Brasil, e rapidamente se tornou um dos principais palcos televisivos para duplas como Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo e tantos outros. Era um show de variedades que misturava música ao vivo, entrevistas descontraídas e brincadeiras, mas o grande destaque era mesmo a plateia sempre animada e as apresentações sertanejas que embalavam o público de casa.
Com o tempo, o programa passou por mudanças de formato e acabou sendo rebatizado apenas como Sabadão, ampliando seu repertório musical para além do sertanejo e recebendo também artistas de outros gêneros. Ainda assim, manteve o estilo popular e a pegada divertida de Gugu, que sabia interagir como poucos com o auditório. O Sabadão seguiu no ar até 2002, deixando lembranças fortes para quem viveu as noites de sábado grudado na TV, quando a família se reunia para cantar junto os sucessos que embalavam a década.
Gugu deixou o SBT em 2009 e foi para a Record, onde comandou outros formatos. Infelizmente, faleceu em 2019 após um acidente doméstico nos EUA. Seu legado permanece como símbolo de uma era da TV brasileira.

G1 – As atrações inesquecíveis do Gugu
Veja nosso post sobre Orkut
3. Sabadaço (2002–2006)
Comandado por Gilberto Barros, o Sabadaço foi um clássico da tarde de sábado da Band, conhecido pela mistura de auditório, música e “gritaria”. O apresentador, conhecido como Leão, ficou famoso pelos berros, pelas confusões ao vivo e pelo carisma debochado.
O programa tinha quadros como “Famosos da Internet”, “Qual é a Música” e os concursos de dança, muitas vezes protagonizados por participantes improváveis. Era comum o Sabadaço viralizar por situações inusitadas, como quedas no palco e gafes ao vivo.
Gilberto Barros migrou para outras emissoras e programas menores, mas nunca mais alcançou o sucesso do Sabadaço. Atualmente mantém presença nas redes e mídias digitais, com forte posicionamento político.

UOL – Sabadaço e os momentos mais engraçados
4. H (1996–2000)
Apresentado por Luciano Huck na TV Bandeirantes, o programa H era voltado ao público jovem, misturando música, entrevistas, humor e muita interação. Mas o que realmente marcou foi o surgimento do grupo “As Garotas do H”, onde dançarinas como Tiazinha (Suzana Alves) e Feiticeira (Joana Prado) se tornaram ícones sexuais da época.
Tiazinha, com sua máscara e chicotinho, virava fantasia em festas e foi capa de revista, impulsionando a audiência do programa. Huck também apresentava quadros de humor e fazia brincadeiras com a plateia, sempre buscando trazer algo ousado para o público adolescente.
Luciano Huck foi para a Globo, onde comandou o Caldeirão por anos e agora está à frente do Domingão. Já Tiazinha e Feiticeira saíram da mídia, e o programa H ficou como um retrato da ousadia dos anos 90.


O impacto do programa H
Relembre a Moda Y2K
5. Pânico na TV (2003–2012)
Nascido na Jovem Pan como programa de rádio, o Pânico ganhou vida na RedeTV! e virou um fenômeno de audiência. Com um humor escrachado, politicamente incorreto e personagens exagerados, como Vesgo, Ceará, Sabrina Sato e Zina, o programa satirizava tudo — inclusive a própria televisão.
Trollagens com famosos, imitações sem limites e quadros como “Jô Suado” e “O Impostor” conquistaram uma geração. O programa também era conhecido pelas Panicats e pelas polêmicas constantes, seja com celebridades ou com a própria emissora.
O programa migrou para a Band em 2012 e durou até 2017. Muitos integrantes seguiram carreira solo, como Sabrina Sato, que virou apresentadora. Embora o estilo do Pânico dificilmente fosse aceito na TV atual, o programa original segue no ar como “Pânico” na rádio Jovem Pan, com foco em humor, política e entrevistas.


UOL – O humor sem limites do Pânico
6. Eliana (1998–2005 no SBT / 2009–2024 na Record)
Eliana começou no SBT com programas infantis como Bom Dia & Cia e Eliana & Cia, onde misturava desenhos animados, gincanas e músicas que ela mesma cantava. Com seu carisma e visual marcante (quem lembra do figurino colorido e do cabelo loiríssimo?), ela conquistou uma geração. Em paralelo, lançou diversos CDs, vendeu milhões e até virou personagem de videogame!
No final dos anos 90 e início dos 2000, ela se tornou uma das maiores figuras da TV infantil, sendo a principal concorrente de nomes como Angélica e Xuxa. Depois, migrou para um público mais familiar e adulto com o Programa Eliana, que trouxe reportagens emocionantes, entrevistas e entretenimento leve.
Hoje: Eliana deixou o SBT em 2024 e, em 2025, assumiu novos projetos na Globo, onde passou a integrar o time de apresentadores da emissora. É uma das poucas apresentadoras da “era de ouro” que continuam em evidência e com forte presença na televisão brasileira.

Estadão – A trajetória de Eliana
Confira o post de brinquedos dos anos 90
7. Domingo Legal (1993–presente)
Sob comando de Gugu, o Domingo Legal foi responsável por momentos históricos da TV brasileira, como a lendária briga pela audiência com o Faustão e até a exibição (polêmica) de um suposto ET no palco.
Com quadros como “Passa ou Repassa”, “Construindo um Sonho” e muitos musicais ao vivo, o programa era explosivo em audiência. Nos anos 2000, os confrontos com a Globo eram acirrados, e o programa batia recordes.
Hoje: Depois da saída de Gugu, o programa foi reformulado. Celso Portiolli assumiu e manteve o Domingo Legal no ar, com uma pegada mais leve e voltada para games e entretenimento em família.

NaTelinha – Domingo Legal e suas histórias
8. Planeta Xuxa (1997–2002)
Voltado ao público adolescente e adulto, o Planeta Xuxa foi um divisor de águas na carreira da Rainha dos Baixinhos. Com cenário futurista, plateia animada e participação de artistas da música e da TV, o programa reunia jovens para dançar, rir e cantar com Xuxa.
Quadros como “Intimidade”, onde famosos respondiam perguntas da plateia, e os shows ao vivo com artistas nacionais e internacionais marcaram a atração. As Paquitas ainda estavam por lá, mas com nova roupagem.
Hoje: Após o fim do programa, Xuxa passou por diversas fases na Globo e depois migrou para a Record. Em 2024, anunciou sua volta à Globo com projetos documentais e especiais comemorativos.

Revista Quem – A era Planeta Xuxa
👉 Pra matar a saudade, dá pra encontrar boxes e DVDs da Xuxa neste link do Mercado Livre.
9. Hebe (1986–2010)
Hebe Camargo foi pioneira nos programas de entrevistas e variedades no Brasil. Seu sofá era símbolo de elegância e irreverência, recebendo de políticos a cantores populares.
O programa era recheado de comentários francos, risadas altas e abraços com famosos. Hebe falava o que pensava e virou uma referência de liberdade e empoderamento feminino na TV.
Hoje: Hebe faleceu em 2012, deixando um legado imenso. Sua trajetória foi celebrada em filmes e séries biográficas, e seu estilo inspirou apresentadoras que vieram depois.

G1 – O legado de Hebe Camargo
👉 Hebe também ganhou livros e especiais que contam sua trajetória — alguns ainda podem ser encontrados aqui no Mercado Livre.
10. Caldeirão do Huck (2000–2021)
Inicialmente voltado para o público jovem, o Caldeirão foi ganhando quadros sociais e emocionantes ao longo dos anos. Huck comandava desafios, realizava sonhos, promovia mudanças de vida e mostrava talentos escondidos pelo Brasil.
Quadros como “Lata Velha”, “Agora ou Nunca” e “Soletrando” se tornaram clássicos da TV. Com uma pegada de “responsabilidade social com entretenimento”, o programa encontrou uma fórmula de sucesso única.
Hoje: Em 2021, Huck migrou para o “Domingão” após a saída de Faustão. O Caldeirão ficou sob comando de Marcos Mion, que renovou o formato e conquistou o público jovem com mais humor e leveza.

Extra – O impacto do Caldeirão
Veja também o post sobre jogos de PlayStation 1
Onde estão eles hoje? (rapidinhas)
- Faustão: fora do ar e em recuperação de saúde após procedimentos complexos; família atualiza boletins periodicamente. VEJA
- Luciano Huck: no Domingão desde 2021. Poder360
- Pânico: segue como programa diário na Jovem Pan (rádio/YouTube). Jovem Pan
- Caldeirão: com Marcos Mion desde 2021, formato consolidado aos sábados. Wikipédia
👀 Conclusão
Relembrar esses programas é como abrir um baú de memórias afetivas. Eles marcaram uma geração, influenciaram a cultura pop brasileira e ajudaram a moldar o jeito como nos divertimos, nos emocionamos e até como falamos. Muitos ficaram para sempre na memória, outros ganharam novas versões — mas todos deixaram sua marca na história da televisão.
E aí, qual desses programas você mais assistia? Ou qual mais sente falta?
Share this content:


Publicar comentário